Enquanto as cores não chegam
- Ligia Contreras
- 23 de dez. de 2018
- 1 min de leitura
Atualizado: 18 de jan. de 2021
Havendo tanto, como escrevo? De onde parte o poeta? Será o fim o começo?
O olhar atento, a respiração entrecortada
cantando para calentar o peito
dançando como quem engana o medo
das flores prometidas
vimos apenas os vasos
as poucas secas, nos deixavam a pensar no tempo
na falta que elas fazem
enquanto as cores não chegam,
e nos permitimos a pausa
o passo e o antepasso
o suave desvendar da calma
E, sim, agora entendo
que não há canção que não permeie
a alma do que busca a sua falta
nem há poema que não alcance
o que repousa no mais profundo da alma

Como um pintor que se atenta aos pequenos detalhes
enquanto as cores aguardava
na ausência do que seria
em reverência ao imaculado branco
se debruçava onde então repousaria
sentimentos santos
e derramaria sobre esse manto
cores que escondia em seu âmago.
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